quinta-feira, 19 de março de 2009

Raposa Serra do Sol

Índios acompanham julgamento no STF.



O STF (Supremo Tribunal Federal) encerrou hoje o julgamento sobre a demarcação da terra indígena "Raposa Serra do Sol".


A maioria dos ministros do STF votou pela legalidade da homologação da demarcação de forma contínua e determinou o cumprimento imediato da decisão para a retirada de não-índios da reserva.


Para quem não sabe a terra indígena Raposa Serra do Sol foi demarcada em 1998 e homologada em 2005, quando começou a retirada dos não-índios da região. Entretanto, em 2008, a Polícia Federal foi chamada para ajudar na retirada de grandes produtores de arroz, que possuem fazendas na área.


Desde a colônia, reconhecem-se os direitos dos índios sobre suas terras, direitos que figuram também em todas as constituições brasileiras desde 1934.Mas infelizmente além desses direitos, existe a cobiça por essas terras, e por seus recursos.Interesse e cobiça extremamente comerciais e econômicos.


E por causa dessa cobiça e desse interesse, a grande maioria das grandes tribos indígenas foram e continuam sendo dizimadas.


Sabe-se que que a Raposa Serra Do Sol é ocupada há tempos pela população indígena e isso foi definitivo para a demarcação de fronteira com a Guiana.


Mais de 18 mil índios Macuxi, Wapixana, Ingarikó, Taurepang e Patamona vivem nessa área, organizados em mais de uma centena de comunidades, que praticam suas línguas e costumes.


Infelizmente os povos indígenas precisam lutar por algo que por direito é deles.Um pedaço de terra que já pertencia aos povos indígenas e foi invadida por fazendeiros.É triste, mas o índio precisa ter suas terras demarcadas, para que ele possa viver conforme o seu costume e praticar a sua cultura.


Enquanto, ao meu ver, o homem branco é que deveria ter as suas terras demarcadas, pois com a sua chegada às terras indígenas nada foi feito além de se apropriar de uma terra que ja tinha donos.


E hoje estes donos, vivem como prisioneiros em terras demarcadas...e mesmo assim, não tem esse seu espaço respeitado.


Dom Pedro Casaldáliga acha possivel e necessária um integração entre todos nós e os povos índigenas.Para que assim os índios sejam chamados de "brasileiros" e não tratados como povos separados ou estranhos.


A CNBB já abordou também o respeito ao índio e à sua cultura na Campanha da Fraternidade no ano de 2002 com o tema: "Fraternidade e Povos índigenas" com o seguinte lema: "Por uma terra sem males".


Frei Betto diz o seguinte sobre os povos índigenas: "Eles são a raiz de nossa brasilidade e, no geral, mais civilizados do que nós, habitantes do asfalto."


E completa: "A Igreja católica é, hoje, consciente de sua relação ambígua com os índios no passado. Ao lado de defensores, como Anchieta e Vieira, havia missionários que favoreciam a exploração da mão-de-obra indígena através da uma catequização equivocada. Agora, trata-se de assegurar-lhes o direito à vida, mantendo com eles o diálogo intercultural e inter-religioso, como fazem as irmãzinhas de Foucault entre os tapirapé, no Araguaia, reduzidos a 50 em 1950. Dois anos depois chegaram as religiosas, sem intenção de catequizá-los ou impor-lhes novos valores. Queriam apenas ser solidárias. Hoje, a população tapirapé é de 475 pessoas."


Que todos nós, católicos ou não, cristãos ou não, tomemos a consciência da importância da conservação dos povos e da cultura índigena, que afinal de contas fazem parte da história de nosso país e são antes de ser parte da história seres humanos e filhos de Deus!


Se alguém se interessar, no link abaixo é possivel visualizar uma carta de apoio à legalidade da homologação da demarcação de forma contínua da Raposa Serra do Sol e da retirada dos não índios do local.


A carta apresenta 10 motivos pelo qual a demarcação deveria ser feita e também a retirada dos não índios do local.


E é assinada por instituições como a CNBB e o GREENPEACE.



Um comentário:

Proezass disse...

Muito legal seu blog! Coloquei um "interessante" nesta matéria, ok?!

Grande abraço e obrigado pela visita!! Volte sempre!!

Abração.